A casa da escrita é desenhada aos poucos. Em febre e vício. Em cada traço, segue-se o rastro de algo que se despossuiu, que foi se desmanchando de si, para atingir algo que não era ele mesmo, mas acabou sendo. Em cada linha, em cada ênfase, em cada perspectiva, dorme uma espera que não se conclui, que não pode acabar.A casa da escrita é a minha casa, feita de um quase papel, de uma quase miséria: a de não poder alcançar.A casa da escrita é feita de olhares alheios, de algumas derrotas, de doces traições. De íntimas alegrias se faz, de pequenas coisas, de brevíssimas notas.
Dizem que ela cresce e se movimenta no espaço, mas é no tempo do instante que ela fulgura sua pálida suavidade, sua impressionante estatura. Fugaz e tímida, ela nem sempre se mostra.Mas entre um susto e outro, ela acontece.
Quando encontramos uma pessoal “mal educada” por aí, normalmente pensamos na falta de educação familiar (também conhecida popularmente como “pai e mãe”). Também é comum, quando conhecemos a família da pessoa em questão (e reconhecemos que a falta não vem dali), que pensemos na educação escolar propriamente dita, e nas possíveis lacunas que essa (má) educação possa ter infligido ao indivíduo mal educado em questão. Às vezes pensamos nas duas coisas, mas raramente pensamos em um “terceiro” fator, que é, do tripé educacional, o mais complexo: o fator cultural. Todos nós conhecemos, afinal, pessoas muito (ou bastante) letradas, educadas em escolas reconhecidas, ou de referência, com famílias também educadas e pais igualmente bem “formados”, que são, sabe lá Deus por que, verdadeiros colossos de ignorância, falta de sensibilidade para com o próximo e civilidade tacanha, se não inexistente. Também não é difícil encontrar o contrário, pessoas que, mesmo sem ter recebido da es...
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um beijo enorme!