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Mostrando postagens de março, 2010

Nem assim tão noite

Foto: Yosigo Como começou esse poema? Ele começou em uma noite de insônia. Terminou agora. Terminou a medo. Porque é preciso ter medo para sobreviver. Começou com o medo e terminou depois. Depois do medo é o sonho. De não ter mais medo. Mas aí, nada. O nada também vem depois do medo. Tudo são palavras e é preciso nascer muito para entender. Que é tudo vazio e de noite, mas de vez em quando se canta. Seja porque o instante existe, seja porque se tem medo e é agora. Eu canto a noite, de noite, no escuro. É bem tedioso, mas funciona. Eu canto a noite e suas dádivas porque tenho insônia e medo e escuros. Se tivesse outras coisas, outras coisas faria, mas isso é só o que tenho. Contentem-se. É pouco. Mas é quase azul.