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Mostrando postagens de março, 2009

Ops!

Cansada de dizer coisas óbvias ou coerentes, ela divagava. Detestava a coerência, que era pra ela como uma espada espantada. Passou a dizer coisas alhures. A misturar melancias com pistões. E dava mesmo muito certo. Algorítimos casavam bem com sinagogas. Suspiros, com determinações. Era mesmo assim mesmo. Ela era ovalada. De suas pernas nasciam hermenengardas, que só andavam vestidas no outono. Seus cabelos, feitos de sistemáticos motrizes, nunca eram cortados, mas diziam muito. Diziam louças e tempestades. Tramas familiares. Estigmas. Tudo por uma esmeralda. Viaturas. Cansada de dizer coisas prudentes, começou a arriscar no escuro. Nada era muito pouco. Tudo sobrava em puro susto devedor. Ela era Penélope costurante e Orfeu desatado. Nadava sempre de costas, para não encontrar a outra margem. E ganhava sempre nos jogos, disposta a modificar o circunflexo. Foi queimada dezoito vezes, e tem cicatrizes fetônias, mas não se rende. Depois de terminados os sábados, vai adoecer na chuva, par

Chuva de Letras

Esse post é só pra convidar pro lançamento de Chuva de Letras , o novo livro do Luis Alberto Brandão. Desta vez, escrito para os pimpolhos... O evento vai ser no Café com Letras, no dia 28/03, sábado, a partir das 11:00h. http://www.scipione.com.br/chuva/chuvadeletras.swf A julgar pelos dois primeiros - que me deliciaram, comoveram, seduziram e encantaram de uma forma muito particular, e quase intraduzível -, o livro novo é sem dúvida esplêndido. Vamos?

Um dia como qualquer outro?

Nesse dia das mulheres, faço questão de reproduzir aqui um texto de Marjorie Rodrigues , que resume o que eu penso sobre o assunto com muita propriedade! DISPENSO ESTA ROSA! Dia 8 de março seria um dia como qualquer outro, não fosse pela rosa e os parabéns. Toda mulher sabe como é. Ao chegar ao trabalho e dar bom dia aos colegas, algum deles vai soltar: ”parabéns”. Por alguns segundos, a gente tenta entender por que raios estamos recebendo parabéns se não é nosso aniversário (exceção, claro, à minoria que, de fato, faz aniversário neste dia). Depois de ficar com cara de bestas, num estalo a gente se lembra da data, dá um sorriso amarelo e responde “obrigada”, pensando: “mas por que eu deveria receber parabéns por ser mulher?”. Mais tarde, chega um funcionário distribuindo rosas. Novamente, sorriso amarelo e obrigada. É assim todos os anos. Quando não é no trabalho, é em alguma loja. Quando não é numa loja, é no supermercado. Todos os anos, todo 8 de março: é sempre a maldita rosa. Dize