Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de março, 2008

Entre-ato

Um texto, enquanto se escreve, é susto, mistério ou fome? Um texto, enquanto se escreve, é porta, porto, pátio ou pista? Um texto, enquanto se escreve, é febre ou brisa? Um texto, enquanto se escreve, é ponte? Talvez seja meio. Meio metade e meio caminho.

Um filme sem sexo...

Na semana passada, tive a felicidade de participar de uma experiência deliciosa, cujo resultado está no post aí de baixo . Adoro criações coletivas, o resultado é sempre surpreendente. Mas essa, essa foi emocionante, isso posso dizer. Eu confesso que quando lá fui para as filmagens, não imaginava que o processo criativo da agência fosse tão coletivo, tão mágico. Eu ingenuamente achava que cada um fazia a sua parte e pronto. Mas o que eu vi e vivi foi outra coisa. Vi que todos participavam vivamente, e eram ouvidos. O que estava sendo proposto pelo anúncio acontecia bem ali, na minha frente: respeito às diferenças, diálogo, participação, alegria, delicadeza, força. Eu chamo isso de integridade. Foi isso que eu vi. Sei que é difícil de encontrar, por isso falo disso aqui, nesse espaço que é tão público e tão íntimo; nesse espaço que é meu modo oblíquo de me mostrar sem ser vista. Do carinho deles comigo nem vou falar: eles sabem, eu sei. O resultado todos vocês podem ver. Agora vai o anú

Sobre mulheres, homens e pessoas.

Uma mulher não nasce mulher. Torna-se. Isso disse Simone de Beauvoir. Isso vale também para os homens. Isso vale para as pessoas. Uma pessoa não nasce pessoa. Torna-se. Isso sabia Clarice Lispector, que dizia que “o máximo que se pode dizer de alguém” é que esse alguém é uma pessoa. Isso sabia Guimarães Rosa, que dizia que “as pessoas não estão nunca iguais, afinam e desafinam”. Uma mulher torna-se uma mulher e uma pessoa quando descobre sua própria desmedida. Maior que muitas. Menor que outras. Um homem também. Um homem torna-se homem e pessoa quando aprende seu próprio tamanho. Maior que alguns. Menor que outros. Uma mulher também. Um homem torna-se homem e pessoa quando aprende que erra. E que o erro é uma forma de encontrar. Uma mulher também. Uma mulher torna-se uma mulher e uma pessoa quando aprende a ter um rosto e uma fome. E que esse rosto e essa fome nem sempre podem ser mostrados ou compreendidos. Um homem também. Uma mulher torna-se uma pessoa quando precisa partir para alé