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Mostrando postagens de novembro, 2010

Poema número 31 (ou 13)

Eu falo de um dia como muitos dias. Esquina, almoço, vitrines, mendigos. Eu falo de um dia como tantos outros. Chuva, mormaço, atrasos, relógios. Eu falo de um dia em que a porta se abre, E lá fora vemos suspensas surpresas. Os jornais dizem: as coisas mudaram! E esse dia não é mais como os outros. Mas o mundo não muda muito. Ou tanto. Tudo continua a crescer, com bastante força. O ódio, a fome, a dor, os impropérios. A esperança também cresce, essa senhora daninha, Estranha esperança que não morre nunca. Ela cresce e me comove, como se o mundo fosse outro, E o dia de hoje não fosse como tantos. Ela cresce e me comove, como se o dia fosse inteiro. E o mundo de hoje não fosse quase o mesmo. Ela cresce e me comove, como se o amor fosse novo. E o desejo de hoje não fosse desde sempre.