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Mostrando postagens de junho, 2011

Cordéis avulsos

Vida e literatura são piedosamente imprecisas. O vazio razoável. Necessário. Para o salto. Nunca absoluto. Mas evidente. A literatura encena o que a vida exige. Às vezes fome. Às vezes, consistência. Tudo é sobreposição. Avesso. Incontinência. O rosto exacerbado. Nem grandiloquente nem suntuoso. Apenas colocado. Visto para ser revisitado. Do argumento da sede: a redundância é sempre bem vinda. A forma em seu tempo. Talvez formalize uma fértil ampliação de fronteiras. Talvez.

Um dia desses...

Um dia desses eu conto. O que vem acontecendo. O que anda pegando. Como ando e persisto e calo e me mudo. Como mudo. Como emudeço. Como permaneço ou persigo o que não mereço. Conto como me faço e como me esqueço. Um dia desses eu conto. Como reconheço. Conto também como é grande a fome. E grande o tropeço. Conto se vivi, se sofri, se entrei de férias, se perdi a conta. Se a dividi ou deixei pra lá. Conto e desconto as dívidas. As falências. Conto como me multiplico. Como sangro. Como divago. Conto como venho falindo, falhando, encantando. Conto como venho perseguindo o que nem sei o tamanho. Conto logo logo. Logo me abro. Logo me afogo. Um dia desses. Quem sabe. Conto talvez o milagre. Mas por enquanto. Sei lá. Vou contando a passagem.