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Mostrando postagens de janeiro, 2010

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No meio do verso, o susto, Seja ao meio, expectante. No meio do verbo, o meio, Seja em morte, exultante. No meio de tudo, um pouco, Quase nada, quase antes. No meio de mim, eu mesmo, Quase verbo, Tremulante.

Não por acaso

Imagem: Margaret Durow O caso sobretudo era o de estar presente. De calcular a hora certa. Agir precipitadamente não era pra ele. Tudo precisava ser desenhado com muito gosto. E precisão. Ele era um homem de sobreavisos. Não podia falhar. Estar ali, no instante exato. Executar o gesto, coisa tão simples. Evitar desvios. Não derrapar. Conquistar primeiro os olhos. Depois as mãos. Depois o resto. Era mesmo tão fácil quanto diziam. ... Porque então não parava de tremer? Ou de soluçar?

Faça você mesmo seu jogo linguístico

Escrever no vazio. A partir do vazio. Sobre ele, com ele, em torno dele. Escrever o vazio. Esvaziá-lo. Não é assim que se excede? ... Escrever no excesso. A partir do excesso. Sobre ele, com ele, em torno dele. Escrever o excesso. Torná-lo excessivo. Não é assim que se escreve? ... Escrever na escrita. A partir da escrita. Sobre ela, com ela, em torno dela. Escrever a escrita. Entregá-la. Não é assim que se ama? ... Escrever no amor. A partir do amor. Sobre ele, com ele, em torno dele. Escrever o amor. Revivê-lo. Não é disso que se morre? ... Escrever na morte. A partir da morte. Sobre ela, com ela, em torno dela. Escrever a morte. Morrer a morte. Não é assim que se fica vazio?