Fratura é coisa sem termo.
E não é não.
Depois do corte, o espanto.
A dor, o ponto, o gelo.
A sutura imperfeita. O alarido das coisas que não cessam.
Que não se rendem.
Depois, depois. A coisa cicatriza.
Mas fica na pele feito coisa que termina.
E de vez em quando se agita e geme e ferve.
E toma conta.
Como aquele sorriso perdido entre balbúrdias.
Como um afago incompleto. Resto de um silêncio sem partida,
sem contornos.
Ao depois passa.
Mas de vez em quando volta.
A queda, o grito, o sonho.
Volta como quem perde uma amiga.
Surdo e exposto.
À deriva.
Comentários
rebecca sempre no ponto,
precisa.
saudades!
beijos grandes
Val
: D
Obrigada, Mi!
que síntese perfeita nas duas primeiras frases: e não é não: uma frase ciclo, uma frase cujo início é o fim. não é não: a realidade da própria fratura: a fatalidade exposta nessa frase minúscula, talvez como a ferida de um prego: um ponto só, mas profunda, profundo: a Resposta ecoante: o que fechou em forma de cicatriz, um túmulo: encerra um morto, mas o próprio túmulo, está vivo.
beijo, Rebeccinha, Glauber.