Das duas, uma. Ou tinha coragem, ou não tinha coragem. Mas as coisas não eram bem assim.
Ah, porque se soubesse tudo, podia a coragem diminuir, e até completamente acabar. Ou de repente, ficar ainda maior.
Mas nunca se sabia. Nunca se sabia o que verdadeiramente ia acontecer, uma vez que se fizesse – o quê? aquilo que se estava reunindo coragem pra fazer. Isso era o que dava o maior medo. Mas isso era o que também permitia ir. De olhos fechados, ir. No escuro mais escuro, ir. Morrendo de medo e de coragem, ir.
Podia-se imaginar, tentar prever, tentar abarcar todas as possíveis possibilidades e hipóteses, mas ainda assim, não se sabia. Não se sabia a fundo e a tempo. Não se sabia, mas ia-se.
Ia-se para a frente. Para o futuro. Para o não saber. Para aquele instante tão vulgar e tão milagroso. O daqui a pouco.
Das duas, uma. Ou ligava pra ele logo de uma vez. Ou não ligava.
Mas as coisas não eram tão simples assim.
Comentários
Brigada pela visitinha, volta mais, viu?!
; )