Chove muito. Há muitos dias.
E em quase todos eles, você esteve longe.
Não posso te explicar quanto senti sua falta. Todos esses dias. Torrentes de água escoando, o muro liquefeito das esquinas, árvores ensopadas, pássaros escondidos, meus cabelos escorrendo, se desmanchando, o mundo inteiro se dissolvendo, os carros boiando sôfregos na tempestade, a noite submersa em rios, úmidas vertentes.
Chove muito. Há muitos dias. E em quase todos eles, você esteve muito perto.
Não posso explicar sua presença em mim, dissonante. Algo de água. Sempre fugindo. Dissolvida. Em todas as esquinas. Encharcando os sapatos, abrindo as sombrinhas, refrescando os beirais e amolecendo os telhados. Sua presença. Em mim. Na chuva. Liquefeita, esboroante, fúlgida. Tímida. O mundo inteiro encolhendo. Só sua ausência existindo. Meu coração boiando sôfrego na tempestade, contra o céu da meia-noite, te encontrando. A noite submersa em sangue, meu corpo todo pulsando, úmidas vertentes.
Agora continua chovendo. Mas você voltou.
E no conforto tão longo do seu abraço, me senti flutuar de novo na amplitude aérea do céu.
Não posso explicar o que senti, o que sinto ainda agora, o que invento. O céu ficando de novo claro, iluminado azul e mais leve. As árvores sacudindo as cabeleiras, gotas pendentes brilhando, sua elegância renovadamente limpa. As ruas emplumadas ao sol, exibindo cores novas e mais frescas. Janelas de repente abertas. Luz invadindo. Crescendo. O mundo inteiro de novo. Secando suas roupas ao sol. Flores, presságios, bicicletas. Cabelos ao vento. Andorinhas.
Eu com elas voando. Leve pássaro aceso.
E em quase todos eles, você esteve longe.
Não posso te explicar quanto senti sua falta. Todos esses dias. Torrentes de água escoando, o muro liquefeito das esquinas, árvores ensopadas, pássaros escondidos, meus cabelos escorrendo, se desmanchando, o mundo inteiro se dissolvendo, os carros boiando sôfregos na tempestade, a noite submersa em rios, úmidas vertentes.
Chove muito. Há muitos dias. E em quase todos eles, você esteve muito perto.
Não posso explicar sua presença em mim, dissonante. Algo de água. Sempre fugindo. Dissolvida. Em todas as esquinas. Encharcando os sapatos, abrindo as sombrinhas, refrescando os beirais e amolecendo os telhados. Sua presença. Em mim. Na chuva. Liquefeita, esboroante, fúlgida. Tímida. O mundo inteiro encolhendo. Só sua ausência existindo. Meu coração boiando sôfrego na tempestade, contra o céu da meia-noite, te encontrando. A noite submersa em sangue, meu corpo todo pulsando, úmidas vertentes.
Agora continua chovendo. Mas você voltou.
E no conforto tão longo do seu abraço, me senti flutuar de novo na amplitude aérea do céu.
Não posso explicar o que senti, o que sinto ainda agora, o que invento. O céu ficando de novo claro, iluminado azul e mais leve. As árvores sacudindo as cabeleiras, gotas pendentes brilhando, sua elegância renovadamente limpa. As ruas emplumadas ao sol, exibindo cores novas e mais frescas. Janelas de repente abertas. Luz invadindo. Crescendo. O mundo inteiro de novo. Secando suas roupas ao sol. Flores, presságios, bicicletas. Cabelos ao vento. Andorinhas.
Eu com elas voando. Leve pássaro aceso.
Comentários
na alegria e na tristeza....
querida Rebequinha...
beijão Becca!
Você escreve muito bem, com muito sentimento.
Também tenho um blog mas conto mais sobre a minha vida mesmo.
Parabéns, menina!
Beijos
E Cris, obrigada!! Adorei te ver aqui nos commentes... ; )
Tainah, sua presença aqui é que é aragem de brisa boa... vinda do norte pra embelezar nossas montanhas aqui... sua delicadeza...
Priscila, obrigada pelo elogio... volte sempre. Eu também falo muito de mim... mas às vezes esse falar é se desconhecer... ; )
E André, meu querido pãozinho folhado... que saudades de vc!!! Tenho certeza de que vc vai voltar mais brasileiro do que todos nós juntos! Beijos de céu azul pra vc! Obrigada pelas nuvens canadenses! Eu adoro nuvens. E adoro você.