Para minha amiga S.
Que é do amor, esse desarvorado, que flui diário e urgente como um fantasma?
Que é da espera, essa impassível, que lenta e secreta move-se em águas profundas?
Essas palavras quiméricas, tão desossadas...
A expect-ativa, ação de espera, ação ativa de espera e urgência, é sempre uma entrega erótica, de encontro, de desencontro, de mãos que se tocam e fulgem, de peles, de reentrâncias. É sempre uma exposição, uma expansão, uma deriva. Talvez seja mesmo uma desmedida. Ou uma espécie de demência.
O peito expectante, em estado de combate, em estado de experiência, em estado de milagre. Aguardando.
O corpo indo, antes do olhar e do conceito. E de todas as palavras.
O corpo vibrando, já entregue, sob as mãos daquele que molda a terra. E talvez o silêncio.
A pele iluminada, efervescente, suspensa por novas e candentes delícias, não para de tatear no espaço, no tempo, em estado de pétala, de seda, de musgo. De superfície.
A pele, essa impossível, quão desordenada e profunda nos parece nessa hora.
Nessa hora feérica.
E suspirante.
Comentários
te amo.
s
beijos pra voce
Não nos quer.
Não nos espera.
Não precisa ser esperado por nós, pois sabe muito bem o que quer e para onde está indo. E nesse destino não nos cabe.
O des-encontro dói na pele da alma.
Fere, inflama, lateja e supura.
Deixa a alma em carne viva.
Natu,que delícia sua visita. Volte sempre! E vc escreve muito bem o português. Vc é de que país?
Pesadelo Girl,esse "aspecto" da teoria do encontro é mesmo cruel... Mas às vezes, precisamos esperar por algo ou alguém que não precisa da nossa espera... A precisão, a necessidade, fica sendo coisa pessoal e intrínseca... vai entender... rsrsrs! E pelo visto te inspirei, não? Belas palavras...
un beijo pra voce :)