Livros intermináveis, expostos, insondáveis, ilegíveis. Letras inabordáveis, estranhas, intangíveis, quase insuportáveis em sua macia ilegibilidade, renda, suporte, folha, desabrigo.
Cobre, tecido, flutua, desencadeia. Espaço vazio escandalosamente recortado.
Letras gráficas símbolos jóias fios feixes. Cardumes de folhas, de páginas, de lombadas grossas e pesadas como os livros da minha infância, de capas duras sóbrias e permanentes expulsando madeixas cabeleiras rios mistérios cachoeiras.
Livros intermináveis. Minha vida exposta.
Difícil de tocar. A pele do livro. A pele da vida. Difícil de pegar, de ler, de traduzir. Páginas que se misturam, engancham, estorvam, entrelaçam.
Escandem, sílaba após sílaba, um rendado todo feito de marcas, de peles, de gritos, de fios partidos, de esperas urgentes.
De vazios.
Impressões sobre a exposição Seu Sami, de Hilal Sami Hilal
(até 14 de setembro no Palácio das Artes)
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