Os nascidos no signo da CERVEJA são
divertidos, alegres e leves, amigos pra todas as horas. São mais afáveis no
verão, quando se espalham por todos os lugares, e podem ser vistos na companhia
de toda a gente: ricos, pobres, remediados, caretas, alternativos, masculinos,
femininos ou mesclados. Os do signo da cerveja se dão bem com todos, e a todos
acompanham com delícia, a noite e o dia todo, se preciso for. A princípio podem
parecer amargos, mas só quando não se os conhece bem. Logo se mostram em toda a
sua espumante euforia. Adoram samba e futebol, e brilham em copas do mundo,
carnavais, e outras festas tais... Em resumo, são muito festeiros, mas há quem
diga que são superficiais e sem compromisso. Brigam muito com os do signo do
uísque e do vinho, mas se dão muito bem com os do signo da aguardente. Sua cor
é o dourado, e seu dia da semana é sexta-feira.
Os nascidos no signo do COQUETEL são
multifacetados, descolados e mega articulados. Combinam-se de forma inusitada e
vivem inventado moda. São olhados com certa desconfiança pelos outros signos,
porque têm em si um pouco de todos, e misturam com segurança os mais variados
temperamentos, cores e velocidades. Inflamados ou flambados, gelados ou
chacoalhados, vermutados ou coloridos, são sempre recebidos com surpresa e
admiração, mesmo pelos mais tradicionais, porque cuidam da aparência como
ninguém, e sua chegada é sempre uma sensação. Sua beleza, mesmo quando
invejada, não deixa de ser apreciada por todos, o que pode lhes conferir um
certo ar de frívola majestade, ou entediado dandismo. São lindos, sim, e daí?
Às vezes ficam famosos, quase clássicos, e chegam a representar um país
inteiro, ou a cidade mais cosmopolita do mundo, mas sua fama de inventivos
permanece intocada – afinal, eles não envelhecem nunca. São saborosamente
eternos, e sabem disso. Sua riqueza está na criatividade, e são tanto melhores
quanto mais malucos nos parecem. Fugazes e mirabolantes, suas cores são o
furta-cor e o fúcsia, e seu dia da semana é a quarta-feira.
Os nascidos no signo do VINHO são
refinados, sutis e bastante envolventes. Têm múltiplas colorações, densidades e
intensidades, por isso se diz deles que são misteriosos: cada um é bastante
diferente dos outros todos, e nos conquista de um modo inteiramente seu.
Eles amam as noites, frias ou quentes, e mudam de cor de acordo com o ambiente
e a situação – festiva, melancólica, poética ou romântica. Deixam no ar um
perfume único quando passam, são inesquecíveis, mas podem provocar tempestades
quando tratados com superficialidade. Eles exigem respeito, e não se dão com
qualquer um, apenas com aqueles que (de acordo com seu juízo), podem entender
sua complexidade, seus devaneios frutados ou aromáticos, seus caprichos. Adoram
velas e ambientes à meia luz, e sabem ser profundos sem perder a simpatia. Às
vezes ficam chatos, ou arrogantes, mas talvez isso seja provocação dos do signo
da cerveja, ou do uísque. Podem ser temperamentais ou suaves, delicados ou
fortes, tudo depende da ocasião, ou de sua constituição específica. Em suma,
são mirabolantes, e fazem o mundo mais vertiginoso. Suas cores são o rubro, o
branco e o rosa, e seu dia da semana é quinta-feira.
Os nascidos no signo do UÍSQUE são
densos, intensos, apaixonantes. Sua força às vezes é brutal, às vezes é suave,
mas sempre conquista os que têm coragem de se aproximar dela. Sua beleza tem um
matiz antigo, e quase melancólico, mas não deixa de ter a dignidade dos velhos
esconderijos, e dos ainda mais velhos (e saborosos) mistérios. Eles são muitas
vezes acusados de tradicionais, ou de arcaicos, e não há quem não os associe
aos estranhos vapores da rigidez. No entanto, os que com eles se misturam
aprendem a conhecer a tessitura delicada do próprio tempo, moinho de
transformações tão sutis quanto inventadas. Ao lado desses taciturnos e às
vezes sombrios elementos, nos vemos tomados de uma leveza estranha, quase
inóspita, e entendemos que nenhuma solidez é compacta, que nenhuma duração é
permanente. Seus vapores ferruginosos nos transportam para o lagos mais
distantes do planeta, onde a neblina e a chuva nos lembram, permanentemente,
como somos feitos de solitária espera, e violenta expectativa. Suas cores são o
marrom e o cobre, e seu dia da semana é a terça-feira.
Os nascidos no signo da AGUARDENTE
são incansáveis, apaixonados, ardorosos, febris. Por reunirem em si a fluidez
dos líquidos e a violência do fogo, não se cansam de fazer loucuras, ainda que
paguem por elas o alto preço da incompreensão e do desprezo. Inflamam-se
com facilidade, e podem ser explosivos se tratados com superficialidade. No
entanto, sabem ser doces quando querem, e sua carícia mais leve traz esperança
e calor a todos os que deles se aproximam, sejam eles poderosos ou
desesperados, famosos ou aflitos. Os nascidos nesse signo não conhecem
diferenças, nem sociais, nem culturais, e são bem quistos e amados até no
extremo oriente, onde são conhecidos com o singelo nome de SAQUÊ. São
amistosos, divertidos e facilmente encontrados em toda a parte, construindo
entre os que os amam alianças profundas, ainda que efêmeras. É o vínculo da
paixão o que entre eles vibra – luminar e incandescente, propício à volúpia e
ao arrebatamento. Não conhecem fronteiras, e por isso são tão fortes. Poder
algum resiste a seus encantos. Suas cores são o verde e o amarelo cristalinos,
e seu dia da semana são todos.
Os nascidos no signo da VODKA são
instáveis e excêntricos, ainda que transparentes em sua eloquência. Hábeis como
nenhum outro em transformar as situações mais comuns e ordinárias em extraordinárias,
eles são conhecidos como o signo dos extremos, e por isso mesmo são
encantadores. Eles podem enfrentar por você as situações mais calamitosas, de
nevascas da velha Rússia a tempestades tropicais, sem perder a ternura ou o
rebolado, mas são incapazes de mentir, e suas decisões peremptórias podem ser
uma experiência das mais extenuantes. Quando se dispõem ao combate, ou à fúria,
são inigualáveis, e rompem qualquer barreira. São entusiasmados, devastadores,
incandescentes. Cristalinos quando amam e quando odeiam, podem atrair o
desespero ou o desejo, com igual intensidade. Sua melancolia é também
hipertrofiada, podendo levá-los a desenvolver, ao longo dos anos, uma sanguínea
atração pelo subsolo, por ruelas estreitas e fétidas, onde só os mais infelizes
dos homens podem conhecer o valor da miséria, as idiossincrasias do
inconsciente e as saturações do vício. Suas cores são o branco e o prata, e
seus dias da semana são a segunda-feira e o domingo.
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