Eu falo de um dia como muitos dias.
Esquina, almoço, vitrines, mendigos.
Eu falo de um dia como tantos outros.
Chuva, mormaço, atrasos, relógios.
Eu falo de um dia em que a porta se abre,
E lá fora vemos suspensas surpresas.
Os jornais dizem: as coisas mudaram!
E esse dia não é mais como os outros.
Mas o mundo não muda
muito. Ou tanto.
Tudo continua a crescer, com bastante força.
O ódio, a fome, a dor, os impropérios.
A esperança também cresce, essa senhora daninha,
Estranha esperança que não morre nunca.
Ela cresce e me comove,
como se o mundo fosse outro,
E o dia de hoje não fosse como tantos.
Ela cresce e me comove,
como se o dia fosse inteiro.
E o mundo de hoje não fosse quase
o mesmo.
Ela cresce e me comove,
como se o amor fosse novo.
E o desejo de hoje não fosse
desde sempre.
Comentários
Adorei seu blog e vou seguir.
Dê uma passadinha no meu também, é novo mas interessante.
Um beijo grande