Homenagem a Edward Hopper
Clark et Pougnaud
O que era casa, transforma-se rapidamente em distância. O mundo perde as beiradas. É inverno de novo. E de novo, no caminho, há portas demais. E janelas desencontradas. E alçapões, e escadas, e porões, e trincheiras. Ando cada vez mais sozinha, o riso quebradiço, partido no meio.
A espera em forma de espanto, o corpo denso, contando as horas para dormir, afundar em sonhos, em sono, em disforme semeadura, em planta aquosa e verde.
Foi preciso voltar sobre os passos. Reencontrar as ruas perdidas. O gelo. A fome.
O tempo anda pedregoso. Sólido. Difícil de engolir. Nada mais é o mesmo. E no entanto, eu conheço todas essas praças. Frias paragens. Neblinas.
Dizem que, de tempos em tempos, a dor volta, toda inteira. A minha é a mesma e é outra. Toda uma história que finda, que afunda, que afasta.
Vai passar, eu sei. Quisera não ter essa sabedoria, não ter sofrido nunca, não ter perdido. E quisera, ainda com mais força, não ter tudo isso de novo. Mas enfim, é-a-vida-a-vida-é-assim... lugar comum enfim, onde todos nos encontramos, nos desmentimos,
e nos despedimos.
Comentários
tempo de homens partidos..."
Rebequinha, querida, é preciso coragem!
Obrigada, Paulo!
Obrigada, Denise! Eu simplesmente AMO essa música, é a minha predileta...
O poema da Cecília é lindo mesmo... presente seu!
Bjos!
Só o seu texto já sintetizou tudo.
obrigada.
Que bom que gostou, volte sempre!
E anônimo, apesar de meio esquiza, gostei da sua interpretação... : )
Talvez ela não estivesse esperando o super-homem, mas quem sabe esperasse o super-amor? Ou o super-perdão?
Pensando bem, é melhor parar de esperar e pedir a conta. Mudar de hotel.
Cada palavra sua entrou rasgando no mei peito.
Obrigado!
Bejos, alegrias e poesias,
Daniel.
Beijo!
ou vc fez um grande plagio ou o outro blog tbm é seu!
galera ve esse link ai
tem o mesmo texto
p.s talvez a outra garota plagio
mas eu ainda acho q foi vc