Sonhei que era você e que seguia o seu piso e que perdia o seu rastro e que comia o seu cheiro e que tomava o seu peso e que lambia seu sono e que teimava no escuro a danação do seu tema e que vertia na pele a provação do seu dia e que colava no rosto a proteção do seu medo e que bramia no tempo a expressão do seu time e que fugia de tudo para olhar o seu sono e que calava na carne a felação de anteontem e que seguia sofrendo a esperança da fome e que seguia vivendo a atenção do silêncio e que sonhando se teme o carisma da sede e que você não se vende nem à custa do nome.
Sonhei que era você e que falava depressa e que andava perfeito e que deitava de frente e que passava apertado e que peidava no escuro e que odiava a tangente e que queimava o cigarro e que nadava a corrente do sistema enfrentado e que perdia o cinema e que passava de lado e que corria pra frente no espaço apertado e que sofria ao seu lado a memória da gente e que deitava na cama e comia o seu cheiro e que tomava o seu peso e que escondia no casco a sensação do poema e do passado passado sem vício nem pressa nem vestido engomado nem palavra escondida nem sapato apertado nem o fim da carência do menino enforcado.
Sonhei que era você. E que sofria por mim.
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PARABENS
Michelle Silva
Saudades.
Rebol