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Mostrando postagens de dezembro, 2007

Fazendo o balanço...

Em 2007, eu... Fiz novos amigos. Fiz o que pude pra guardar um tempinho para os velhos amigos, tão queridos... mas nem sempre consegui. Trabalhei bastante, mas sonhei ainda mais... Talvez demais. Tive pesadelos, mas acordei com alguém do meu lado... Senti muita falta da minha mãe. E mais ainda do meu pai. Falei a verdade. E me arrependi. Às vezes menti... Redescobri a Edith Piaf... e aprendi mais sobre arrependimentos. Tive muito medo, mas me socorreram a tempo... Saí da natação (mas pretendo voltar, juro!)... E engordei um pouco (eufemismos sempre são úteis). Vi dezenas (ou seriam centenas?) de filmes ótimos... E outros nem tanto... Vi duas peças magníficas! Rubros ... e Atrás dos Olhos das Meninas Sérias (se elas aparecerem em cartaz, corram pra lá!). Perdi a paciência... inúmeras vezes... Chorei de desespero... Mas me acalmei depois. Chorei de alegria - algumas vezes. Descobri o maravilhoso mundo encantado dos blogs... Descobri que toda vez que eu descubro algo novo, eu fico deslu

A questão do ano...

Aos poucos vou me transformando em ti, meu ainda desconhecido mistério. Teremos algum instante juntos? Ou só abrirás os olhos quando eu tiver partido? Quando beijares meus lábios exangues, com a avidez de sede dos recém-nascidos, terei tempo para tocar teu rosto, para sentir tua febre, para cobrir de sonhos tua história? Serei tua boa semente? Ou teu desencanto? Tua fúria? Ou teu repouso? Terei mesmo ido embora, ou serás tu que nunca terás chegado? Que coisa é essa que nos separa e mobiliza, um para o outro, sempre? Essa coisa que não tem nome, que é feita de espasmos e (des)encontros, essa coisa que nos agita e surpreende. Essa coisa, meu amor, que somos nós. Continuadamente. PS: esse post é um esboço de resposta à (difícil) pergunta feita no blog da Lápis Raro...

De sede, vento e vestígios...

Tento acordar, tento acordar. O sono não me deixa dormir. Tento acordar, tento acordar. O sono não me deixa dormir. A abóbada é imensa, azeda, esplêndida. Tento acordar. O sol queima depressa. Os dedos, os pés, a nuca. O céu é uma esfera perfeita e indecifrável. Eu me acovardo todos os dias. Tento acordar, mas não consigo, os olhos cheios de areia. O peito cheio de vespas. Os olhos da minha amada estão cansados, os meus estão abertos. O sono não me deixa dormir. O calor é insuportável. A janela é toda de vidro e a cidade, atrás dela, parece uma cena de filme. Venta muito, o peito opresso, o trabalho por fazer, o amor por amar. Nada pára, nada se movimenta, tudo espera meu gesto aniquilado. Vou saltar, vou saltar, vou saltar. O sono não me deixa dormir. As palavras não servem mais. Venta muito e meu coração está seco. As vespas se foram, não há mais nada agora. Eu me acovardo todos os dias. Debaixo da pele, a faca de joão. Atravessando. Eu impura, feita de fezes e abismos. E água. As pa